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30.10.03

Djoh (02:40 PM) :
Cendira, formada faz um ano. O que mudou da faculdade pra cá?

Hana Zushi (02:41 PM) :
Os trabalhos de faculdade hoje me parecem tao imbecis que nao entendo pq eu nao tirava so 10.

Djoh (02:42 PM) :
Mas você esperava encontrar o mercado de trabalho desse jeito, ou achava que ia ser diferente? Chegou a se decepcionar?

Hana Zushi (02:43 PM) :
Me decepciono sempre pq sou muito preciosista e espero sempre mais de tudo. Esperava que fosse ainda mais dificil, hoje vejo que depende muito mais da gente do que "do mercado". Por exemplo...Eu sei muito menos do que muita gente, mas ralo e acabo acontecendo e realizando muito mais. Entendi que é muito mais uma questao sua do que do ambiente. Sabe aquela coisa de ginasta olimpica? treina 12 horas por dia? E isso.

Djoh (02:44 PM) :
Você é workaholic?

Hana Zushi (02:44 PM) :
Nao me considero workaholic.

Hana Zushi (02:46 PM) :
Workaholic pra mim e alguem que vive e so pensa no trampo, e nem sabe mais pq o faz. na verdade, e todos acham isso tb, o que acontece e que procuro sempre arrumar a arrumar o que faco, e tenho muito comprometimento com tudo.

Djoh (02:47 PM) :
Então você diria que é muito responsável, compromisso com você é certo, né?

Hana Zushi (02:48 PM) :
Acho que nesse ponto sim. Nem falo que e uma qualidade ou vantagem, nem entro nesse merito. Mas se sou responsavel por algo realmente sou, e garantido mesmo.

Djoh (02:49 PM) :
Existe traição perdoável pra alguém que tem tantos valores de comprometimento?

Hana Zushi (02:51 PM) :
O pior e que sim. Pq embora eu seja assim, evolui tanto, mas tanto, que hoje sou maleavel com muito mais coisas, pq compreendo melhor as variaveis humanas

Hana Zushi (02:51 PM) :
o que nao existe pra mim sao traicoes imperdoavels, essas nao perdoo mesmo!

Djoh (02:52 PM) :
Cita alguma traição imperdoável.

Hana Zushi (02:53 PM) :
Hummm, xeu ver.
Golpe do baú.

Hana Zushi (02:53 PM) :
Isso acho foda

Djoh (02:54 PM) :
Quando eu perguntei sobre a diferença entre a faculdade e a sua vida atual, trabalhando, etc, eu tava interessado também na sua opinião sobre o curso em geral, se você acha que valeu a pena. A faculdade é mesmo indispensável?

Hana Zushi (02:56 PM) :
Ah, indispensável é muito forte, pq querendo a pessoa consegue compensar de outras formas 9tenho um ótimo exemplo em casa disso, o Rodrigo, que nao se formou) . Mas acho que valeu a pena e muito sim, pq abriu portas e aprendi muito

Hana Zushi (02:56 PM) :
E to usando muito do curso na vida profissional sim

Djoh (02:57 PM) :
Outra coisa que eu queria te perguntar é sobre família. Acho que você tem uma experiência muito, diríamos, peculiar. Teve uma educação meio que liberal. Estou certo?

Hana Zushi (02:58 PM) :
Liberal como as pessoas usam me passa outra idéia. O que tive foi , desde cedo, autonomia pra julgar e decidir, mas sempre com base na discussao e nao no sim ou nao, entendeu?

Hana Zushi (02:58 PM) :
Acho que fui criada como adulta, desde sempre. Eu e meus irmaos.

Hana Zushi (02:58 PM) :
Quer fumar, fume, mas nao jogue na privada pq entope. E nao, minha filha fumando, meu Deus!!!!

Hana Zushi (02:59 PM) :
E olha que fiz muito menos merda que gente reprimida de pai e mae, muito menos mesmo. O que me foi dado e acho o maximo foi o direito de pensar sobre mim mesma.

Djoh (02:59 PM) :
Você é bem mais ligada na sua irmã do que no seu irmão, né? E no seu pai do que na sua mãe. É isso que eu consigo visualizar, olhando de fora.

Hana Zushi (03:00 PM) :
Ligada emocionalmente nao consigo avaliar, se mais com um ou outro. O que rola e que com meu pai tenho mais atencao, com minha mae mais "pendencias". Com minha irma mais liberdade e com meu irmao muito mais companheirismo. Eu vejo assim

Djoh (03:01 PM) :
Entendi. Você é do tipo de pessoa que fica pensando em tudo, não é? Pessoas que são mais esclarecidas geralmente são assim.

Hana Zushi (03:02 PM) :
Sim, e isso me enche as vezes. Pq tem gente que pisa em mim e quando chora eu vou la e dou colo na hora, pq to pensando em tudo o tempo todo.

Hana Zushi (03:03 PM) :
Pq nao consigo ser pontual, e ai avalio tudo, passado, presente, sabe? Ai tudo parece ter causa, justificativa, mais ou menos isso

Djoh (03:03 PM) :
E ao mesmo tempo, as pessoas te creditam uma fama de difícil, né?

Hana Zushi (03:04 PM) :
Sim. Difícil eu sou sim, mas muita gente é né. Minha fama é mais real e forte do que o meu jeito, na real. Sou difícil, chata, cricri, etc, mas na hora do vamu ve seguro a onda de todo mundo, a minha, a sua...

Hana Zushi (03:04 PM) :
O que tb nao e uma qualidade, as vezes ta muito errado

Djoh (03:04 PM) :
Qual é o pior defeito seu, na sua opinião?

Hana Zushi (03:05 PM) :
HUMMM, fácil!!!!!!!
resolvo o complexo e travo no simples, como disse um amigo. Nossa, isso resume muito

Djoh (03:06 PM) :
O ser humano é complexo? Ou a gente que complica?

Hana Zushi (03:06 PM) :
hehe

Hana Zushi (03:08 PM) :
Acho que é complexo sim. Mas vejo mais o seguinte...É tanta coisa pronta, não criamos mais, não tem o que criar, a gente só varia e tal, mas esgotamos muito. E aí complicamos pq e nossa natureza mudar entende, crescer, criar mais, evoluir. E ta todo mundo sentindo que isso nao acontece mais direito. Complicar e ter o que fazer, e dar alegria pras coisas, torna-las interessantes...E pra tirar o tedio...

Djoh (03:09 PM) :
Você é do time dos que acreditam que tudo já foi criado, não existe mais nada pra se criar?

Hana Zushi (03:09 PM) :
Nao, nao e 8 ou 80. Que tem muito mais pra fazer, isso tem. O que digo e que isso nao acontece como a humanidade gostaria.

Hana Zushi (03:09 PM) :
Ate pq, ta todo mundo sem tempo:)

Hana Zushi (03:10 PM) :
E pq, na pratica, e mais facil usar alguma coisa como base, dar uma polidinha e pronto

Djoh (03:10 PM) :
E a Dida pintora? Ainda existe ou tá sem tempo?

Hana Zushi (03:11 PM) :
Ahh, existe. Mas a última foi no Photoshop mesmo.

Hana Zushi (03:11 PM) :
Existir existe sempre, a gente so esconde depois "desbruga"

Djoh (03:11 PM) :
Como é o seu processo criativo quando você pinta?

Hana Zushi (03:13 PM) :
geralmente o desneho ou o que quer que seja vai se montando, dificilmente visualizo pronto e ai produzo alguma coisa. Geralmente fico muito calma e feliz.

Hana Zushi (03:13 PM) :
Quando to puta nao sai nem bonequinho de palito sabe?

Djoh (03:13 PM) :
hahahaha
A pintura é só uma válvula de escape? Ou você ainda tem planos de viver disso algum dia?

Hana Zushi (03:15 PM) :
Viver disso acho difícil, embora fosse uma idéia óteeema. Mas pretendo tocar em paralelo sim, montar um cantinho em casa pra isso. Nao e uma valvula de escape apenas, mas geralmente .

Djoh (03:16 PM) :
Você se preocupa mais com o quê, atualmente? Grana, desenvolvimento como ser-humano...?

Hana Zushi (03:16 PM) :
hummm, tudo.

Hana Zushi (03:17 PM) :
ao mesmo tempo...grana e fundamental, nao da pra fugir disso. Se nao serve pra comprar tua bolsa da moda serve pra pagar teu remedio. Desenvolvimento como ser humano e um assunto que sempre pirei, sempre dei atencao tb.

Djoh (03:19 PM) :
o que te angustia mais, para o futuro? ficar pobre ou ver que não se desenvolveu?

Hana Zushi (03:19 PM) :
Nossa...
Cara, vou ser prática nisso. Fica velha e pobre.

Hana Zushi (03:19 PM) :
tenho medo de depender de aposentadoria, essas coisas...

Hana Zushi (03:20 PM) :
Ate pq, desenvolvimento como pessoa acho que nunca ser ao bastante mesmo.

Djoh (03:20 PM) :
Casamento ajuda nesse desenvolvimento, não ajuda? A troca com o outro, etc.

Hana Zushi (03:21 PM) :
Nossa, muito. ce aprende tanta coisa e tem que se forcar a tanta coisa tb, boa e ruim. Acho super valido, mesmo que nao seja pra sempre.

Hana Zushi (03:24 PM) :
O casamento da muita habilidade pra lidar com pessoas entendeu, de forma geral.

Djoh (03:24 PM) :
e o lado ruim do casamento, qual é?

Hana Zushi (03:26 PM) :
sinceramente? ele invade o seu espaco, aquele espaco da redominha de vidro que cada um tem. vc diminui o eu sou pelo nos somos, e ai se perde um pouco com muitas questoes que dizem respeito SO a vc, e nao aos dois. Fora que casando, vc briga e nao tem essa de "vai embora daqui"pq a casa e da pessoa tb, hehe.

Djoh (03:26 PM) :
vamos fazer o bate-bola cafoninha, agora? hehehe

Hana Zushi (03:27 PM) :
ai, vamuuu

Djoh (03:27 PM) :
quem merece uma flor?

Hana Zushi (03:28 PM) :
meu amigo guilherme komel

Djoh (03:28 PM) :
quem merece um balde de bosta?

Hana Zushi (03:29 PM) :
o síndico do meu prédio

Djoh (03:29 PM) :
verão?

Hana Zushi (03:29 PM) :
no thanks

Djoh (03:30 PM) :
incômodo?

Hana Zushi (03:30 PM) :
desejo reprimido, qualquer que seja.

Djoh (03:31 PM) :
remédio?

Hana Zushi (03:32 PM) :
cara, o sono. e como morrer por umas horas, passa dor, preocupacao, tudo.

Djoh (03:32 PM) :
cendira podia ser...

Hana Zushi (03:34 PM) :
mais simples

Djoh (03:34 PM) :
mas não é porque...

Hana Zushi (03:36 PM) :
pq e a Dida ne, impossível.
Amanhã, Dida abre o jogo e diz que não é tão difícil quanto parece.

Mais? Só aqui, no seu Pobres e Limpinhos Anônimos S/A.

29.10.03

Djoh (04:29 PM) :
Ana Laura, não sei se é impressão minha, mas eu acho você muito reservada. Você concorda com isso?

FrancEyE (04:30 PM) :
Eu concordo, mas nao achava que as pessoas tinham essa impressão de mim. O que te levou a concluir isso ?

Djoh (04:31 PM) :
Eu sempre achei que ao mesmo tempo que você é espontânea, fala muito pouco sobre si mesma. Essa postura é pensada, existe algum motivo, ou é inconsciente mesmo?

FrancEyE (04:35 PM) :
Hum, pensada não é, acho que fui percebendo depois de alguns anos vivendo sozinho (HAHA isso ficou muito EMO).
Eu acho que as vezes fujo das pessoas.
Não porque nao gosto ou as quero mal.
Algum psicologo de plantão ?
he.

Djoh (04:36 PM) :
Bom, tem gente que tem essa postura como uma maneira de se defender, mesmo.
Você é uma pessoa que pensa várias vezes antes de agir, ou é mais inconsequente?

FrancEyE (04:38 PM) :
Eu acho que tenho medo de perder as pessoas.

Tenho medo de me apegar, perder e depois sofrer muito.

Como diria nosso professor FEDIDO pracaralho Renato Mader - é um caminho.

he.

FrancEyE (04:38 PM) :
Eu não sou inconsequente, sou impulsiva.

Djoh (04:39 PM) :
Sei, entendo. Qual foi a coisa impulsiva que você já fez que mais trouxe arrependimento?

FrancEyE (04:40 PM) :
Eu posso pedir ajuda para os universitários ?

FrancEyE (04:40 PM) :
Agora eu imaginei o Celso Portioli gritando: TEEEEEEEEEMPO

HAHA

Djoh (04:40 PM) :
Se não quiser falar ou não lembrar, tudo bem hahahaha
A gente tem muita referência POP. Às vezes isso me angustia um pouco. Você também tem disso, de se achar rasa de vez em quando?

FrancEyE (04:46 PM) :
eu me sinto uma burra.

uma especialista em generalidades.


quando vc fala de POP, você falar de LARGO DA BATATA e CAMELÔ.

quando algum estudante de jornalismo sulista fala de cultura pop, ele se refere a spoken poetry do leonard cohen, as egotrips da clarah averbuck, das letras do magnetic fields, dos discos da K records do calvin johnson.

desculpa.

eu nao li "pergunte ao pó" do fante. eu estava ocupada assistindo ROLETRANDO(he. sentiu a piadinha infame.)

Djoh (04:47 PM) :
Mas de repente o melhor mesmo é assistir Roletrando, não é? Sei lá... dependendo da referência. O que é uma boa referência pra você?

FrancEyE (04:47 PM) :
hum, depende.

seja mais específico.

Djoh (04:48 PM) :
Bom, vamos começar do princípio:
Existem boas e más referências? Culturalmente, mesmo. Numa conversa, por exemplo, ou pra criar um conceito numa peça de propaganda.

FrancEyE (04:49 PM) :
eu tenho preconceito com quem gosta de detonautas roque clube e quem já leu QUEM MEXEU NO MEU QUEIJO.


FrancEyE (04:49 PM) :
cara, uma pessoa que goste de EMINEM e conheça aquele modelo italiano FABIO arrebata meu coração na hora.

Djoh (04:50 PM) :
hahahaha Você acha que o mundo se leva demais a sério? Às vezes eu acho que é esse o seu recado pro mundo.

FrancEyE (04:51 PM) :
as pessoas nao sabem rir de si mesmas.

as pessoas fazem carão demais.

eu mesma já me peguei PAGANDO de GATINHA várias vezes.

na boa, é pátetico.

Djoh (04:53 PM) :
Mas o seu pagar de gatinha sempre tem uma tiração de sarro, não? É impressão minha?

FrancEyE (04:59 PM) :
quando eu falo de pagar de gatinha sim

FrancEyE (04:59 PM) :
mas várias vezes eu já tentei me passar de rainha da cocada preta.

mais em momentos em que nao conhecia ninguém e nao queria ser pisada por pessoas escrotas.

Djoh (05:00 PM) :
Entendi. Mecanismo de defesa natural. Pagar de gatinha é conseqüência.
Existe algum lugar sem pessoas escrotas?

FrancEyE (05:01 PM) :
Minha Casa e qualquer lugar em que eu esteja só com os meus amigos.

:~~


Djoh (05:01 PM) :
HAH, que fofa
Já se decepcionou com amigos? Ou é mais freqüente você se surpreender?

FrancEyE (05:05 PM) :
já me decepcionei, sim.

inclusive, acho que ando decepcionando muitos amigos.


mas eu tbm me surpreendi muito.

vc foi um deles, sabia ?
assim, nao to puxando o saco
haha
sério
mas vc se mostrou mais que um COLEGA, sabe ?

vc é um BRÓDER, tá guardadinho aqui, no fundinho do coração
HAHA



Djoh (05:07 PM) :
HAHAHAHA fico feliz, amor
Então não precisa de muito pra ser BRÓDER de Ana Laura HAHA
Ana, e quanto ao futuro, você tem expectativas? Tanto gerais quanto ao seu futuro pessoal, o que te espera, etc.?

FrancEyE (05:09 PM) :
eu tenho medo.

muito medo.

Djoh (05:09 PM) :
Medo do que, exatamente?

FrancEyE (05:10 PM) :
do futuro.

de nao ter emprego, de nao levar jeito de fazer nada, de nao conseguir fazer porra nenhuma, de ser uma loser, de nao ter grana, essas coisas.

Djoh (05:11 PM) :
Mas você não se acha talentosa em alguma coisa? Investimento gera resposta, mais dia menos dia. Ou você não acredita que dependa só disso?

FrancEyE (05:13 PM) :
eu nao me acha talentosa pra nada, mesmo.

isso nao é cú doce.

é só alguem sem talento e perdida falando.


Djoh (05:14 PM) :
A desilusão, às vezes, é inspiradora.
Você tem cara de quem escreve textos escondida, coisas assim... não? hehehe
Qual é tua válvula de escape?

FrancEyE (05:16 PM) :
eu escrevia, nao consigo mais escreve-los.

hoje nao tenho mais valvula de escape, talvez por isso eu esteja assim, meio perdida, meio desiludida, meio desmotivada, meio pela metade.

eu nao consigo mais comer, nao consigo mais beber, nao consigo nem mais dormir pra caralho.

até de música eu to cansada.

heh

Djoh (05:18 PM) :
Podia ligar pros amigos de vez em quando HAHAHAHA
Existe uma lenda entre nós (seus amigos) que você adora desaparecer. hehehe O que você acha disso?

FrancEyE (05:21 PM) :
é verdade.

eu fico possuida por um EXU e saio correndo pelada por são paulo.
HAHA

assim, eu desapareço porque eu simplesmente fico com preguiça de existir e interagir. sabe quando é algo mais forte que você ?
é horrivel, eu sei que já perdi bons momentos e continuo perdendo.

eu já cheguei a pensar que tenho um misto de sindrome do panico com fibromalgia muscular.
hahahaha

nao é possivel que só a preguiça me impeça de viver.

Djoh (05:22 PM) :
HAHAHA é uma boa teoria.
Vamos para um bate-bola cafona a la Marilia Gabriela pra terminar?

FrancEyE (05:22 PM) :
cara
vamos
hahahahaha

Djoh (05:23 PM) :
Música boa é...

FrancEyE (05:23 PM) :
música que eu gosto.

Djoh (05:23 PM) :
Música que eu não gosto é...

FrancEyE (05:24 PM) :
uma merda.

Djoh (05:24 PM) :
Alguém que tem boas idéias

FrancEyE (05:25 PM) :
Fred Leal

Djoh (05:26 PM) :
Quem precisa de sal grosso?

FrancEyE (05:26 PM) :
eu, em horário comercial.

Djoh (05:27 PM) :
Nostalgia?

FrancEyE (05:27 PM) :
1999: o melhor ano de nossas vidas.

Djoh (05:32 PM) :
Militante ou alienado?

FrancEyE (05:33 PM) :
celebridade.

Djoh (05:33 PM) :
Pra finalizar: quem você mandaria tomar no cu sem pensar duas vezes?

FrancEyE (05:34 PM) :
minha chefe.

eu sou free, eu sou free, sou free demais.
Amanhã, mais uma entrevista reveladora com a entidade do ICQ Away... aquela que desaparece...
Mana Laura!

Você acha mesmo que conhece tudo sobre ela?
suave coisa nenhuma diz:
Ana Beatriz Bonduki, redatora publicitária. Bia, você está seguindo o caminho que você desejava mesmo?

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
Se eu fosse analisar desde a infância, só errei. Nunca quis ser redatora, tampouco publicitária, mas aconteceu. Gosto do que faço, mas se pudesse escolher, seria escritora/estilista/cozinheira. Acho que estou dentro do âmbito de coisas que gostaria de ser.

suave coisa nenhuma diz:
Então, ao mesmo tempo que você não fez o que "sonhava", também não é uma frustrada, não toma Prozac, etc. hehehe

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
não, de jeito nenhum, hahahahaha

suave coisa nenhuma diz:
Fica deprimida, às vezes?

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
Sim, com coisas bestas, principalmente. Dia desses fiquei mal por lembrar que na noite anterior, meu bife tinha ficado solado...
Mas também me deprimo com coisas sérias. Sou muito emotiva, chorona pra caramba.

suave coisa nenhuma diz:
Já pensou em fazer terapia?

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
Penso toda hora. Falta dinheiro. Fiz terapia aos 9 anos, porque desenvolvi tiques nervosos e manias de dizer que ia morrer, e assustava minha irmã mais nova com isso. Mas foi ainda pior, eu odiava a psicóloga, ela só falava asneira e eu saí­a triste de lá.

suave coisa nenhuma diz:
Como é sua relação com sua irmã mais nova, vocês se dão bem?

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
Sim, agora mais do que nunca. Ela está saindo da chatice da adolescência e é menos radical. Acho que essa diferença de 4 anos sempre fez com que a gente estivesse em fases diferentes da vida, e brigasse muito. a gente ainda sai na mão quando se vê, mas, talvez pela saudade também, rola mais um companheirismo

suave coisa nenhuma diz:
Você mora longe da famí­lia. É difí­cil?

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
No começo foi. Mas eu já estava acostumada. Depois que fui fazer intercâmbio, nunca mais voltei "direito" pra casa. Só foi cair a ficha mesmo depois que eu terminei com o outro lá, e perdi com o pacote a famí­lia dele. Mas por um lado é legal, a gente tenta passar mais "tempo útil" juntos

suave coisa nenhuma diz:
Tem algo que substitui a famí­lia na hora do aperto? Eles longe, você aqui...

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
Posso confessar? Meu namorado odeia, mas eu fico falando com ele do jeito que falo com minha família. A gente tem uma lí­ngua própria hahahah

suave coisa nenhuma diz:
Muita gente que eu conheço, que morava fora de São Paulo e veio pra cá estudar, fazer a vida... eles dizem que os amigos criam laços mais fortes nessa situação, acabam se tornando uma segunda família também.

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
sim, sim, isso é verdade. principalmente com os de fora, pq estão na mesma situação. Eu tenho muito mais proximidade de meus amigos do que dos meus parentes que moram aqui.

suave coisa nenhuma diz:
O que era São Paulo quando você pensou na possibilidade de estudar aqui? Tem diferença com o que a cidade significa agora pra você?

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
Nah, sabe que não muito? Porque eu vinha pra ca no minimo uma vez por semana, tinha meus laços aqui, conhecia bastante coisa. Acho que só desconhecia o stress hahaaha

suave coisa nenhuma diz:
Você acha que vê São Paulo hoje com olhos de paulistana ou de estrangeira, ainda?

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
paulistana. me sinto como sempre tivesse morado aqui, pq sempre detestei morar em são roque. claro, tinha suas ressalvas. acho que crescer no interior me trouxe uma certa vivência que eu não vejo em meus primos, por exemplo.

suave coisa nenhuma diz:
De que tipo?

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
Eu sinto falta de cheiro de mato, de silêncio, de horizonte. Em dia de sol, eu pego minhas mexiricas e sento pra comer na varanda, pra achar que tô no sí­tio. Pra vc ver, quando eu era pequena, meus primos viajavam comigo pro sítio e tinham medo da vaca, do riacho, da lua, do gato do caseiro, de passar no mata-burro, de subir em árvore. eu acho que essa criação me deu mais coragem e independência

suave coisa nenhuma diz:
Entendi. Paulistano não conhece esse tipo de coisa, não tem contato. Como você descreveria um típico paulistano?

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
Muito ligado ao cí­rculo de convivencia e à famí­lia, meio desconfiado, infelizmente uma maioria preconceituosa em relação a tudo, apressado, nervoso, mas muito receptivo. talvez não tanto quanto os sulistas, mas acho o paulistano acolhedor no que lhe convém.

suave coisa nenhuma diz:
Preconceituoso porém receptivo. Interessante, isso. Nunca tinha pensado desse jeito. Mesmo por que, numa cidade grande, o mais normal é que o preconceito seja menor, as pessoas sejam mais esclarecidas. Ou não? O preconceito é em relação ao quê, exatamente?

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
eu digo do paulistano minhoca. Preconceito com o que difere do que eles acham bom e certo para eles mesmos. Tipo, eu falo com o erre puxado. Pra alguns isso é motivo de sarro, ja começam a achar "ih, a mina é jagunça, deve ser ignorante". e por aí vai. Vê só como nordestino é tratado aqui. Vai perguntar pra um aí o que ele acha de quem vem pra são paulo trabalhar.

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
A geração de hoje é mais politicamente correta, mas o paulistano da terra mesmo é ainda receoso com o que vem de fora

suave coisa nenhuma diz:
Entendi. Você acha, então, que os jovens são mais "esclarecidos", é isso?

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
Os jovens aprenderam mais a lidar com as diferenças, mesmo pq elas estão em todo lugar. Antigamente era feio e pronto. Eu fui criada brincando desde o filho da empregada, com quem eu dizia que ia casar, até os filhos do dono da Penalty. E não via diferença. Isso veio da minha mãe, que sempre fez com que a gente experimentasse de tudo na vida, ou pelo menos tentou.

suave coisa nenhuma diz:
É engraçado, pq as pessoas andam dizendo - faz um tempo - que o jovem é alienado e burro, vide Malhação e congêneres. Que que você acha dessa afirmação, é cabível?

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
aaah, não sei mesmo o que dizer disso. Não tenho tanto contato com jovens mais novos. Se for ver pela turma da minha irmã, por exemplo, são pessoas muito cultas, muito interessadas. Mas aí não sei se é a influência do ambiente, da região... Acho que não mudou muito, ainda tem os alienados como os interessados, engajados. É só lembrar de quando a gente tinha seus 13 anos: tinha sempre uma turma que curtia estar informado, liderava discussões, e a turma que se preocupava em aprender a coreografia do "rala o pinto"

suave coisa nenhuma diz:
A coreografia do "rala o pinto"??? HAHAHA Você tem jeito de quem aprendeu essa coreografia também!

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
confesso que comprei o disco, e quase fui deserdada, mas se ouvi duas vezes foi muito. ao mesmo tempo eu lia muito. É aquela fase híbrida, que vc tenta de tudo pra se encaixar em alguma coisa. Eu ouvia rala o pinto e metallica. Faz sentido? nenhum, ne?

suave coisa nenhuma diz:
Nenhum mesmo. Acho o equilíbrio absolutamente necessário, inclusive. É chato ver só uma lado da mesma moeda, não?

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
É, senão vc nunca tem uma opinião formada sobre o outro lado, fica "tapado". Eu não sei me definir quanto a estilo, e acho ótimo ser eclética. No momento to ouvindo "fricote" do luis caldas

suave coisa nenhuma diz:
Maravilha HAHAHA Vamos pro bate-bola?

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
vamos

suave coisa nenhuma diz:
Eu fico puta com...

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
atraso. muito puta.

suave coisa nenhuma diz:
Meu mundo por...

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
COMIDA!

suave coisa nenhuma diz:
Vida

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
um dia após o outro

suave coisa nenhuma diz:
Velhice

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
um dia chega. mas eu não quero ficar enrugada! haha

suave coisa nenhuma diz:
vaidade

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
algo que eu lembro vez ou outra de ter. e me faz falta

suave coisa nenhuma diz:
carnaval

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
saudades... ja fui foliã

suave coisa nenhuma diz:
E certeza?

Beatriz, séria e trabalhadora diz:
de nada.
Vamos mostrar como as pessoas desconhecidas são interessantes?

Pobres, porém limpinhos.

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